Julho Verde alerta para o perigo do diagnóstico tardio do câncer de cabeça e pescoço

25/07/2024

Fatores de risco dos tumores desse tipo, como cigarro e álcool, são evitáveis e, na maioria das vezes, exigem mudança dos hábitos de vida

Campinas/SP: A incidência do câncer de cabeça e pescoço vem acendendo um alerta importante sobre o estilo de vida moderno. Por abranger um grupo de cânceres que afetam regiões como a boca, faringe, laringe, glândulas salivares, tireoide, cavidade nasal e os seios paranasais, o tabagismo e o alcoolismo aparecem como principais fatores de risco evitáveis desses tumores, que tem sido diagnosticados de maneira expressiva no Brasil, mas ainda de forma tardia. Por esse motivo, o mês de julho recebe o laço verde e celebra no dia 27 o Dia Mundial de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço.

O câncer de cabeça e pescoço representa uma porcentagem significativa dos casos de câncer no Brasil. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontam 15 mil novos casos por ano de câncer de boca e 7 mil de câncer de laringe. A mortalidade do câncer de cabeça e pescoço apresenta uma alta taxa, especialmente quando diagnosticado em estágios avançados. Segundo o INCA, a mortalidade desses cânceres é preocupante devido ao diagnóstico tardio e à falta de acesso a tratamentos adequados. David Pinheiro Cunha, oncologista clínico e sócio do Grupo SOnHe, explica que esse tipo de câncer é diagnosticado por meio de exame clínico, geralmente feito por dentistas ou médicos, seguido de biópsia para confirmação da suspeita e exames de imagem, para avaliação da extensão da doença. Segundo ele, o que dificulta o tratamento é a demora no diagnóstico. "Não é em todo lugar que as pessoas têm acesso regular aos médicos e dentistas. Em grande parte do Brasil, muitas delas só procuram os especialistas quando apresentam sintomas graves. Além disso, o serviço público é carente de profissionais capacitados para diagnosticar e tratar pacientes com câncer", alerta o oncologista.

Se o diagnóstico é uma barreira, o tratamento desse tipo de câncer é ainda mais desafiador, uma vez que exige cirurgia e tratamento com radio e quimioterapia – e terapias que nem sempre estão disponíveis no SUS -, além de suporte ao paciente, com o acesso à fonoaudiologia, nutrição adequada e acompanhamento psicológico. "O paciente fica bastante abalado com o tratamento, porque são regiões que comprometem a fala, a alimentação e a socialização de maneira geral. É fundamental cuidar desse lado, para garantir a autoestima e a confiança do paciente", explica o médico.

O câncer de cabeça e pescoço tem como principal fator de risco o tabagismo, seguido do consumo de álcool. Além desses fatores, a infecção pelo vírus HPV é bastante associada ao câncer de orofaringe e a má higiene oral pode contribuir o desenvolvimento de câncer nessas regiões. Sendo assim, é fundamental conscientizar a população para a mudança de hábitos. "A combinação de cigarro e álcool é bombástica para todo e qualquer organismo e é preciso investir muito na educação para que as pessoas compreendam o perigo desses maus hábitos", alerta David Pinheiro Cunha.

A jornada da prevenção ao tratamento do câncer de cabeça e pescoço no Brasil envolve uma abordagem multifacetada, que inclui mudanças de comportamento, melhoria do acesso aos serviços de saúde e o desenvolvimento de estratégias de tratamento personalizadas. A conscientização e a educação contínuas são cruciais para reduzir a incidência e melhorar os resultados para os pacientes.

Sobre o Grupo SOnHe

O Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia nasceu em 29 de maio de 2017 e é formado por oncologistas e hematologistas que fazem atendimento oncológico alinhado às recentes descobertas da ciência, com tratamento integral, humanizado e multidisciplinar em importantes centros de tratamento de câncer em Campinas, como o Hospital Santa Tereza, Oncologia Vera Cruz e Hospital PUC-Campinas. O Grupo oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado por 15 especialistas sendo três deles com doutorado e três com mestrado. Fazem parte do grupo os oncologistas André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinícius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Rafael Luís, Susana Ramalho, Leonardo Roberto da Silva, Higor Mantovani, Débora Curi, Isabela Pinheiro, Amanda Negrini, Laís Feres e Nayara Nardini e pelas hematologistas Lorena Bedotti e Jamille Cunha. Saiba mais: no portal www.sonhe.med.br e nas redes sociais.

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